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O ano em que não montei a árvore de Natal

Em 2020, por motivos compreensíveis, não desencaixotei bolas, sinos e outros adornos natalinos, rito que cumpria há 23 dezembros.

Uma tragédia sanitária sem igual corroeu as entranhas do mundo, revelando toda sorte de maldade que nos espreita.

Perdemos entes queridos, adoecemos, deixamos de fazer inúmeras coisas, e cá estamos, chegando ao fim do segundo ano de pandemia, colando os caquinhos e tentando restaurar a normalidade.

Uma breve saída à noite neste comecinho de novembro foi o bastante para perceber que o Natal já se instalou nas cercanias. Muitos prédios piscam nervosos em vários tons. Eu falei “comecinho de novembro”?

Até entendo que após quase dois anos de afetos remotos estejamos ansiosos por abraços reais, mas o respeito aos rituais é importante para a sobrevivência das culturas. Afinal, ninguém festeja aniversário meses antes da data. Parece que tudo virou comércio, consumo e lucro. Cansada disso, sabe?

Na minha infância, as luzinhas só brilhavam em dezembro. A estrela no topo da árvore era ligada apenas na véspera de Natal. À boca da noite do 24, chegávamos à casa da tia Clotilde, a irmã mais velha [e solteira] da minha mãe, uma espécie de matriarca da família e avó para mim e minha irmã.

Meus pais, ambos órfãos [meu avô paterno – único vivo – morava no interior do Ceará e raramente vinha à capital] e com somente duas filhas, atendiam com imenso gosto ao chamado da tia Clotilde, estendido a alguns aparentados e vizinhos da avenida do Imperador, região central de Fortaleza.

Com a partida da minha saudosa tia, meus pais juntaram-se às noites felizes dos meus sogros que, por serem de outro Estado, sem parentes em Fortaleza, abriam as portas aos novos amigos cearenses, todos muito bem-vindos.

Meu marido e eu adotamos o grande núcleo familiar após o falecimento do meu sogro. Com o correr dos anos, as gerações mais novas passaram a realizar suas próprias confraternizações, numa evolução natural da vida.

Neste ano espero resgatar a tradição da árvore de Natal, celebrar em grupo o amor maior, a solidariedade, a compaixão e o infinito apoio que recebi dos amigos e familiares nos dias mais difíceis.

* Publicado originalmente no Blog Lugar ArteVistas, onde escrevo mensalmente às primeiras sextas-feiras.


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