
Neste 2021 quero sonhar todos os sonhos impossíveis, como os autênticos sonhos devem ser.
Planar entre os pássaros como se um deles fosse.
Correr mais veloz que o jamaicano Bolt.
Trocar de roupa em três, dois, um…
Atravessar a nado, em seis horas, o Canal da Mancha.
Bailar como Odette no Lago de Tchaikovski.
Perguntar ao meu pai o motivo da sua risada, enquanto ele se enxágua lá no chuveiro.
Ouvir da minha irmã os perrengues hilários nas suas viagens com colegas e amigos.
Levar a Buba e a Babu para caminhar no calçadão da Beira-mar de Fortaleza.
Dar corda na bicicletinha que ganhei da minha madrinha no aniversário de cinco anos.
Desembaraçar o cabelo sintético da minha boneca “Xodó”.
Dividir com Lygia o prêmio sueco de literatura.
Ser derrubada por um filhote brincalhão de Rott e não sofrer um arranhão.
Chegar ao topo da cordilheira himalaia.
Conversar com a criança que fui um dia.
Acordar e perceber, entre aliviada e aflita, que tudo não passou de um sonho.
Feliz 2021, metade real, metade fantasia!
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* Publicado originalmente em 01/01/2021 no Blog Lugar ArteVistas, onde escrevo mensalmente às primeiras sextas-feiras.
2 janeiro, 2021 at 5:49 pm
Adorei!!
2 janeiro, 2021 at 7:05 pm
Obrigada, amiga! ☺️