Em memória de Luiza Bitar, que nos deixou no último domingo
Mães são sagradas.
Avós são sagradas em dobro.
Minha sogra era assim, transbordava bondade, nobreza e generosidade, qualidades divinais.
Amor incondicional aos quatro filhos.
Carinho extremado aos dez netos.
E os nove bisnetinhos que lhe chegaram só recentemente ainda tiveram a dádiva de serem admirados pelos olhos mais doces que eu já vi. A longa enfermidade não tirou-lhes a doçura, apenas silenciou seus lábios, prova de que o amor verdadeiro não precisa de palavras.
Completava a beleza interior com o cuidado com a aparência. Trazia os lábios sempre preenchidos com a cor preferida de batom. Não podiam faltar também o aroma do jasmim e aquele creme antirrugas que trazíamos das viagens.
Feliz de quem desfrutava da sua casa e do seu colo. Ali encontrava carinho e uma fartura de quibes e charutinhos preparados por suas generosas e hábeis mãos. Nunca comíamos o suficiente. “Sirva-se mais um pouquinho, minha filha, você não comeu nada! Então, não gostou!”, eu já ficava esperando a sua afetuosa repreensão. Logo aprendi a deixar um espaço para poder repetir porções dos seus famosos quitutes libaneses e paraenses.
Realizei o seu sonho de ter nos braços o primeiro netinho, filho do seu primeiro filho. “Vovó só me faz contente!” foi uma das primeiras frases que ele lhe falou e que a senhora replicou durante anos, entre comovida e orgulhosa. Hoje é ele quem reconta a própria declaração infantil e acrescenta que o amor de seus avós foi o maior amor que ele já presenciou. Que sorte a dos meus filhos e sobrinhos!
A senhora teve os melhores filhos do mundo e isso tem pouco a ver com sorte. De forma natural e espontânea eles apenas praticam seus ensinamentos e exemplos, da senhora e do meu saudoso sogro, Seu Joel, multiplicando naturalmente o amor generoso que receberam.
Quando o seu grande e único amor partiu, a senhora quis acompanhá-lo, mas provou mais uma vez sua fortaleza e permaneceu 22 anos conosco. Agora vocês dois estão no mesmo plano novamente. Cumpriram lindamente sua missão, colocando o amor sempre acima de tudo. Que o exemplo dos dois permaneça nos inspirando a todos. Continuem nos olhando com doçura. Da nossa parte, prometemos continuar honrando o seu legado.
23 fevereiro, 2019 at 8:28 am
Muito lindo e emocionante!! Parabéns à toda a família que puderam conviver com estes grandes ensinamentos!
23 fevereiro, 2019 at 8:49 am
Obrigada, querida amiga.
23 fevereiro, 2019 at 8:57 am
Queridos Celma e Antônio José
Viajando, não soube do falecimento da D. Luiza.
Aproveito este espaço agora para apresentar-lhes sinceros pêsames.
Tenho bem clara a lembrança dela quando, há mais de 40 anos, tive a alegria e o prazer de saborear um pato no tucuri, preparado por ela e na presença do Sr Joel e todos os filhos.
Não posso deixar de elogiar a belíssima crônica da Celma, onde fica clara toda a sua sensibilidade e o amor filial que sentia pela sogra.
Apresentem meus sentimentos também aos felizardos netos e bisnetos da querida D Luiza.
Abcs,
PCosta
23 fevereiro, 2019 at 9:01 am
Agradeço em nome de todos, caro amigo.
23 fevereiro, 2019 at 10:53 am
Estimados amigos Celma e Antonio José:
Aqui no Rio não soubemos do falecimento da querida d.Luiza, tomando conhecimento agora com essa linda crônica da Celma.
Aproveitamos esta msg pra enviar nossos abraços de pesar e dizer que tb temos doces e boas lembranças tanto dela quanto do sr. Joel.
Amizade familiar muito estreita que se iniciou com meus sogros Miécio e Amélia e não menos com meus pais, Amélio Smith e Emilia, que foram igualmente muito amigos, o que se prova agora com a permanência dos laços afetivos nesta nossa geração.
Na minha infância e adolescência eu acompanhava meus pais nas visitas periódicas, como era o costume da época, numa ampla e confortável casa de varanda muito bem cuidada com cadeiras confortáveis (sr. Joel na de balanço) onde os adultos conversavam e regavam o sentimento da amizade.
D. Luiza sempre com seus lindos e alegres olhos azuis nos servindo deliciosos lanches. Assim temos tempos muito felizes pra recordar deles com carinho.
Que Deus conforte seus corações e de cada membro da família, na certeza de que eles cumpriram muito bem a missão deles neste mundo.
Carinhosos abraços meus e de Mauro.
23 fevereiro, 2019 at 3:16 pm
Lindas palavras, querida Ana Emília. Agradeço em nome de todos. Beijos
23 fevereiro, 2019 at 5:44 pm
Quem me dera merecer tão linda homenagem quando eu partir! Parabéns pelo lindo texto, amiga!
23 fevereiro, 2019 at 7:30 pm
Obrigada, amiga. 😘
24 fevereiro, 2019 at 12:47 am
Amiga, q maravilha ler seus textos ! 💐
24 fevereiro, 2019 at 6:24 am
Obrigada, amiga querida! Bjo
24 fevereiro, 2019 at 12:48 pm
Achei mto lindo! E fiquei imaginando como seria esta mulher tão doce…
24 fevereiro, 2019 at 2:18 pm
Obrigada, amiga, ela era assim mesmo, pena que você não a conheceu. E tenho certeza que ela ia gostar de você. Beijos