Mudaram o Dia de São Valentim e não avisaram ao Papa Francisco

Corre à meia-boca nos corredores do Vaticano que a cúria romana quer deitar o chicotinho nos brasileiros que cometeram um sacrilégio contra um santo da igreja católica. Já conto como esse imbróglio começou.

Às vésperas de mais uma Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que neste ano vai acontecer no Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho, a rotina do Papa Francisco está uma confusão só. Também, pudera! Nos últimos dias, a todo segundo, um boletim de notícias sobre o ‘país do futebol, das manifestações pacíficas e do vandalismo’, invade o seu laptop de última geração.

No meio da gritaria e quebra-quebra, alguns spams mais antigos chamaram a atenção do Santo Padre. Algo do tipo: “12 de junho, Valentine´s Day!!! Presenteie o seu amor com ‘whatever’ da …”

Não que o Papa Francisco se interesse muito por esses arroubos consumistas, aliás, com aquela aura de missionário, não deve curtir de jeito nenhum… Os dedinhos santificados estavam a um clique de mandar tudo pro inferno, digo, pra lixeira eletrônica, quando uma vozinha satânica se intrometeu…

“Quem deu ordem para mudar o Dia de São Valentim de 14 de fevereiro para 12 de junho?” E, aqui, desculpe a grosseria da frase, mas não consigo segurar minhas origens aratacas: Pense num papa possesso!

“Renuncio ao meu solidéu branco se isso não for coisa do kirchnerismo!”, vociferou o pobrezinho, perdendo a santa paciência. Imediatamente, solicitou um dossiê completo sobre as tais propagandas na internet. Xereta de lá, xereta de cá, e … Fumacinha branca! “Habemus hereges!”

Os cardeais descobriram que a manobra do capitalismo capeta aconteceu apenas no Brasil. Menos mal, não é, Francisco? “E a outra ainda diz que Deus é brasileiro, pois sim!”, reclamou baixinho o papa argentino, provando que há rivalidades que nem a fé cura! Já mais calmo, entendeu que não adiantava levar tão a sério algo vindo do país do Carnaval.

Em tempo: Publicitários do nosso país, somos um dos povos mais criativos do mundo. Copiar pra quê? Mas, se for o caso, uma breve pesquisa não faz mal a ninguém, não é? Mr. Google nunca se faz de rogado. A data 14 de fevereiro foi escolhida na Europa e nos EUA para celebrar o amor, por ser atribuída à morte do sacerdote romano casamenteiro, Valentim, que, contam, viveu no século III, e ficou conhecido como “Padroeiro do Amor”. Ele protegia os casais enamorados contra a fúria do imperador.

Moral da história: não acredite em tudo o que ouve ou lê. Este texto, inclusive.

Sobre Celma Prata

Celma Prata é jornalista e escritora fortalezense. Autora do romance “Bodum” [2022], “Confinados” [2020], finalista do Prêmio Jabuti 2021 na categoria Conto; do romance "O segredo da boneca russa" [2018]; e dos livros de não-ficção "Viver, simplesmente" [2016]; e "Descascando a Grande Maçã" [2012], todos pela Editora Sete. É membro da Academia Cearense de Letras, da Academia Fortalezense de Letras, da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil e da Sociedade Amigas do Livro, entidade cultural em que presidiu o conselho diretor, de 2016 a 2020. Ver todos os artigos de Celma Prata

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