Hoje acordei nostálgica, relembrando coisas da minha infância, como as férias escolares na praia do Pecém, terra natal dos meus avós maternos. Infelizmente, não cheguei a conhecê-los, morreram cedo ou foi eu que nasci tarde. Eles viviam em um sítio próximo a esse vilarejo da costa oeste cearense, onde ficava a outra casa da família, cuja manutenção ficou sob os cuidados da minha mãe.
A centenária casa da praia faz parte das minhas melhores lembranças. Não se trata de uma casa de veraneio tradicional, embora fosse utilizada somente para esse fim. Ela não fica à beira-mar, mas na rua de cima, paralela. Na verdade, uma típica casa de cidade do interior. Fachada estreita, porta da sala escancarada para a calçada, corredores longos e escuros, quartos sem privacidade, com meia parede, banheiro coletivo e distante dos quartos. O que faltava de conforto e modernidade, sobrava em aconchego.
De manhã, banhos de mar sob o sol forte de janeiro. À tarde, rosto, ombros, braços, pernas e costas cobertos de pasta d’água caseira, feita com goma de mandioca. Por baixo daquele líquido branco que, ao secar, virava pó, ardia uma vermelhidão que ia sendo aliviada aos poucos. Na minha ingenuidade infantil, sentia uma espécie de orgulho ao exibir o corpo todo mascarado. No dia seguinte, mais sol e mais pasta. São dessa época pré-protetor solar as minhas sardas que levarei para sempre. Ingênua também era a nossa crença na simplicidade da vida, de que bastaria rezar para nos livrarmos de todo o mal. Tempos bons aqueles.
Toda essa nostalgia teve origem a partir do reencontro com duas queridas amigas de infância. Passamos ontem momentos maravilhosos que deverão se repetir ainda muitas vezes e sem muito planejamento. Quando se está na casa dos 50, rever amigos de infância é visitar um passado de quatro ou cinco décadas. A essas lembranças, outras vieram se juntar para marcar este domingo de setembro. Obrigada, Nytta e Lourinha. Beijos.
6 setembro, 2011 at 9:29 am
Recordar é viver!!!!!!!!!!!!!!!1
21 dezembro, 2012 at 2:22 pm
Olá, sou filho de Rita prata, que é filha de Francisco prata lima, que foi filha de Florentina prata, que foi filha de Gertrudes prata. Todos de Pecem, minha querida terra natal. Somos da mesma familia? Caso seja, mantenha contato. Abraço!
21 dezembro, 2012 at 6:32 pm
Olá, Villamar! Não posso afirmar, mas é bem possível que seja a mesma família, sim. Meu avô tinha uma irmã chamada Gertrudes, mas infelizmente não conheci nenhum dos dois. Você sabe o nome dos irmãos da sua bisa Gertrudes? De qualquer forma, foi ótimo receber sua visita em meu blog. Abraços